Todos sabemos que o orçamento e prazo dos filmes brasileiros se comparados com os produzidos em Hollywood são quase insignificantes. O diretor Mauro Lima conseguiu rodar Reis e Ratos. em apenas 17 dias e aproveitando o mesmo estúdio de O Bem Amado que estava em fase de conclusão das gravações: “As filmagens teriam de começar logo na seqüência, senão não seria possível. Sugerimos à equipe descansar uma semana e engrenar essa outra produção. Como não tínhamos dinheiro, pagamos os profissionais da parte técnica, como eletricista e maquinista. A parte artística e o elenco não receberam ainda. Foi tipo cheque pré-datado. Agora faremos a captação de recursos para pagar quem não recebeu e para finalizar a produção já que ele já possuía o roteiro pronto.” diz Mauro.
Possuindo tão pouco recurso e muitas dificuldades para realizar as filmagens, para selecionar o elenco foi ao contrário, chamou Selton Mello (O Cheiro do Ralo) que não hesitou em pegar o papel. “Já conhecia o roteiro e gostava muito da idéia. Tem um humor peculiar. Voltar a trabalhar com o Mauro também era atrativo, fomos muito felizes juntos em ‘Meu nome não é Johnny’, é um parceiro que veio pra ficar” diz Mello. Posteriormente foram chamados Rodrigo Santoro (Che – El Argentino), Cauã Reymond (Divã), Paula Burlamaqui (Novela A Favorita), Otávio Muller (A Grande Família) e Seu Jorge (Cidade de Deus) para compor os demais papéis, coma trilha sonora por conta de Caetano Veloso.
O filme que lembra muito O bandido da Luz Vermelha (1968) foi filmado em preto e branco e conta sobre um agente da CIA enviado ao Brasil na década de 60, que experimentando as virtudes de nosso país (mulher, camarão e chope) nega-se em voltar para os Estados Unidos.